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Secretária nega cortes e defende implantação da Estratégia de Saúde da Família em Taquara

Secretária Loreni Spirlandelli e coordenadora Amanda Baptista esclarecem reorganização do sistema de saúde, realocação de médicos e impactos para a população.
Loreni Spirlandelli e Amanda Rodrigues Baptista participaram de entrevista na Rádio Taquara.
Foto: Vinicius Linden / Rádio Taquara

Na manhã desta terça-feira (28), o programa Painel da Rádio Taquara recebeu a secretária municipal de Saúde, Loreni Spirlandelli, e a coordenadora da atenção primária, Amanda Rodrigues Baptista. Em pauta, a implantação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no município, suas implicações na organização das unidades de saúde e os reflexos para a comunidade.

Segundo Loreni Spirlandelli, a ESF é uma política do Ministério da Saúde em vigor há três décadas e representa um modelo focado na atenção básica e na prevenção, com a meta de atender até 85% das demandas de saúde diretamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). “Não se trata de cortes ou economia, mas de otimizar recursos para atender de forma mais qualificada. Com equipes multidisciplinares, o médico da família tem capacidade de acompanhar o paciente desde a gestação até a terceira idade, garantindo assistência integral”, destacou a secretária.

Unidades como as dos bairros Eldorado e Santa Maria, onde o modelo já foi implementado, registram boa aceitação por parte da população, mas Loreni reconheceu que a transição tem gerado dúvidas e estranhamento em outros bairros.

Amanda Baptista explicou que a mudança incluiu a realocação de médicos especialistas, que agora atuam principalmente no Complexo Municipal de Saúde, dando suporte aos casos de maior complexidade. Nas UBSs, os atendimentos de rotina, acompanhamento de doenças crônicas e demandas agudas passaram a ser realizados pelos médicos da Estratégia de Saúde da Família.

“Reorganizamos o atendimento para ampliar a oferta de serviços. Os pediatras, por exemplo, atendem no Complexo os casos mais graves, enquanto os médicos de família cuidam das demandas de rotina e emergências leves. Isso garante que ninguém fique desassistido”, afirmou Amanda.

Nos bairros, equipes completas com médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem estão disponíveis, além de horários estendidos em algumas unidades para atender trabalhadores.

Impactos no Complexo Municipal de Saúde e no hospital

Outra mudança foi a redução do horário do Complexo Municipal de Saúde, que passou a funcionar das 7h à meia-noite. Spirlandelli informou que a medida foi baseada em estudos que apontaram baixa demanda no período da madrugada. O recurso economizado está sendo redirecionado para áreas prioritárias, como a ampliação da equipe de fisioterapia e atendimentos domiciliares.

Sobre as queixas de maior tempo de espera no hospital local, Loreni apresentou dados do próprio hospital que indicam aumento médio de apenas 1,5 atendimentos por noite desde a mudança. “Não houve um impacto significativo no atendimento hospitalar. Continuamos monitorando para ajustar possíveis falhas”, assegurou.

Atenção a gestantes e crianças

Amanda Baptista destacou que o pré-natal e o acompanhamento infantil são prioridades no município. Com a descentralização de serviços como a coleta do teste do pezinho e a ampliação das salas de vacina, as mães encontram, segundo ela, mais facilidade para realizar os cuidados necessários. Atualmente, 253 gestantes estão cadastradas e sendo monitoradas pela Secretaria de Saúde.

A secretária ainda mencionou que, embora os partos sejam realizados em Parobé devido à regionalização da maternidade, as crianças registradas em Taquara são contabilizadas como cidadãos do município.

Participação da comunidade e esclarecimentos

As autoridades enfatizaram a importância da participação popular nos conselhos locais de saúde para acompanhar e sugerir melhorias. “Estamos abertos ao diálogo e pedimos que a população procure os enfermeiros das unidades para esclarecer dúvidas ou relatar problemas”, orientou Amanda.

Loreni reconheceu que o processo de transição ainda enfrenta desafios, mas reiterou o compromisso da administração em garantir acesso à saúde de qualidade. “Mudanças são necessárias para melhorar o atendimento. Nosso objetivo é promover saúde e prevenir complicações mais graves, mas pedimos paciência e confiança no trabalho que está sendo feito”, concluiu.