Geral

Aos 109 anos, seu Adelino Félix de Souza é a história viva de parte dos 137 anos de Taquara

Torcedor fanático do Sport Clube Internacional, seu Adelino sonha em poder assistir um jogo do seu time do coração, ao vivo, das arquibancadas do Estádio Beira Rio
Foto: Cleusa Silva/Rádio Taquara

Passado o susto de um problema de saúde, que o obrigou a ficar sete dias internado no hospital, seu Adelino Félix de Souza esbanja vitalidade aos 109 anos de idade. Natural de Sapiranga e vivendo em Taquara há mais de 50 anos, seu Adelino comemora os 137 anos da cidade-mãe do Vale do Paranhana e relembra momentos vividos no passado, como sua ida ao Centro para fazer compras na Casa Vidal.

Em entrevista à Rádio Taquara FM 105.9, na tarde de sexta-feira (14), seu Adelino contou que nasceu no bairro Amaral Ribeiro, em Sapiranga, no dia 25 de janeiro de 1914. Integrante de uma família humilde, com 10 irmãs e oito irmãos, não teve condições para estudar e precisou buscar serviço em outras cidades da região.

Foto: Cleusa Silva/Rádio Taquara

“Meus irmãos, como sabiam ler e escrever, conseguiram outros ofícios para lá e continuaram morando em Sapiranga. E eu, como até hoje não sei ler e escrever, comecei a trabalhar com capina, roçada e serviços de lavoura em geral”, conta o idoso.

Por volta de 1966, seu Adelino chegou em Morro da Pedra, localidade do interior de Taquara, e começou a trabalhar nas lavouras de arroz de Pedro Emílio Braun (in memorian). Ele também trabalhou para outros agricultores da região e com limpeza nas pedreiras de pedra grés, mas foi com a família Braun que decidiu fixar moradia.

Casada com Pedro Antônio Braun, Pedrinho como é mais conhecido, Adriana Stein Braun, nora de Pedro Emílio, conta que, após o falecimento de seus sogros, seu Adelino acabou “adotando” sua família, vindo morar com eles em Morro Pelado, outra localidade do interior de Taquara, e é considerado como um avô para suas duas filhas.

“Em 1999, seu Adelino nos deu um grande susto. Teve uma hemorragia pelo nariz e precisou ficar hospitalizado a primeira vez. Felizmente, fizeram uma cauterização com grande sucesso e logo ele pode voltar para casa, sem precisar fazer nenhum tratamento específico”, relata Adriana.

Foto: Arquivo pessoal

Com as doses da vacina contra a Covid-19 em dia, seu Adelino faz uso contínuo apenas de remédio para a pressão arterial e vitaminas para anemia profunda, que foi diagnosticada há cerca de três semanas, quando o idoso passou sete dias internado no Hospital Bom Jesus, em Taquara, em razão de uma inflamação na veia, e precisou receber transfusão de sangue.

“Eu estava com medo. Tive que ficar sete dias no hospital e achei que não iria mais voltar pra casa. Graças a Deus, estou aqui de volta”, comemora seu Adelino.

Foto: Arquivo pessoal

Sob os cuidados da unidade básica de saúde (UBS) local, que periodicamente faz acompanhamento domiciliar, seu Adelino fez cirurgia de cataratas há alguns anos e não usa óculos.

“Seu único problema é a surdez, que teve uma piora de uns cinco anos  pra cá, mas a médica do posto de saúde nos disse que não há nada o que fazer para recuperar sua audição, pois isso é uma degeneração da idade”, conta Adriana.

Foto: Arquivo pessoal

Das poucas vezes em que foi ao Centro de Taquara, seu Adelino lembra com carinho das vezes em que fez compras na Casa Vidal, prédio mais antigo ainda existente na cidade, e falou sobre sua alegria ao saber que o imóvel está sendo restaurando e logo será novamente aberto ao público.

“Eu me lembro dos prédios, do trem que passava em Taquara e de comprar na Casa Vidal. E fico feliz que esse prédio não foi abandonado e está sendo reformado, pois era um casarão muito bonito”, relembra o idoso.

Foto: Arquivo pessoal

Torcedor fanático do Sport Clube Internacional desde criança, seu Adelino conta que um dos seus jogadores preferidos foi o Luís Carlos Machado, conhecido como Escurinho, mas que torce muito pelos ídolos atuais também.

Foto: Arquivo pessoal

“Desde pequenininho, eu nunca quis torcer para outro time. Sou fã do Inter e assisto todos os jogos pela TV. Torcia muito pelo D’Alessandro e fico bravo quando meu time perde”, confidencia o idoso centenário.

Fazendo um serviço leve aqui e ali, já que não consegue ficar parado por muito tempo, seu Adelino tem uma vida tranquila, cercado por muito amor da família Braun e tem um sonho que ainda não conseguiu realizar: assistir um jogo do seu time do coração, ao vivo, das arquibancadas do Estádio Beira Rio. Vamos torcer para que seu sonho se concretize em breve!