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Batuca na Bituca vence o 1º Festival POA Autoral com a música ‘E o Botequim?’

Após anos na estrada pelo interior, banda formada por músicos do Paranhana estreia álbum e firma residência em Porto Alegre em busca de novos palcos e conexões culturais
(Foto: Gabi Lazzarini/Divulgação)

A banda Batuca na Bituca, formada por músicos de Parobé e Taquara, foi a grande vencedora do 1º Festival POA Autoral, realizado no domingo (18), no Teatro da PUCRS, em Porto Alegre. Com a canção ‘E o Botequim?’, o grupo conquistou o público e se destacou entre os seis finalistas do evento, levando para casa o título de Música do Festival.

A Batuca na Bituca, ou simplesmente “Batuca”, como é conhecida na região, vive um momento de transição em sua trajetória. Após quase oito anos tocando majoritariamente no interior, a banda agora vem fixando residência em Porto Alegre, um movimento impulsionado pela aproximação com um importante produtor ligado ao rock gaúcho.

Instalada na capital, a banda lançou em fevereiro deste ano seu disco de estreia, de onde saiu a canção premiada no Poa Autoral. Porto Alegre, aliás, vem se transformando em novo território criativo para a banda, passando a ser mais do que um destino: virou base e inspiração.

“A perspectiva agora é manter residência em Porto Alegre, que, na minha opinião, tem se tornado cada vez mais atraente no quesito musical. Temos conhecido muitos artistas da cena local, produtores, agentes culturais… A impressão que tenho é que Porto Alegre está lentamente retornando ao cenário cultural, depois de décadas como uma cidade abandonada, culturalmente falando”.

Com a mudança, veio também o sonho de tocar nos grandes palcos da cidade. E ele está prestes a se realizar.

“No dia 5 de junho iremos tocar pela primeira vez no Ocidente e estamos muito ansiosos para estrear nesse palco sagrado do rock gaúcho”, conta Lucas.

Festivais como escola, vitrine e ponto de encontro

Com quase uma década de trajetória pelo interior, a banda vem consolidando a cada festival seus novos nortes.

As participações em festivais, diga-se de passagem, vêm sendo fundamentais para a trajetória e amadurecimento artístico da banda, conforme Lucas.

“Nós amamos tocar em festivais. Desde que participamos do II Festival Itinerante da Música Brasileira, em 2023, já foram três participações e três premiações, o que nos enche de orgulho e satisfação. Acredito que os festivais são lugares perfeitos para a troca de ideias, conhecer novos artistas e fazedores de cultura”, relata o guitarrista.

No palco do 1º Festival POA Autoral

E a sanha “festivaleira” da banda tem trazido bons frutos no que diz respeito à abertura de portas.

“Através deles, conhecemos nosso atual empresário, visitamos lugares que talvez nunca teríamos conhecido e fizemos parcerias com artistas maravilhosos e talentosos, que nos permitiram sair da bolha. Para qualquer artista, os festivais são excelentes portas para novos horizontes”, diz o músico.

O novo empresário foi decisivo no processo migratório da banda.

“Somos uma banda de quase oito anos de estrada e, basicamente, durante todo esse período, tocamos pelo interior. No final de 2024, participamos do Festival Alegretense da Canção e conhecemos o Vini Canto, lendário produtor dos Cascavelletes e TNT, que atuava como jurado. Ele adorou a banda, e o sentimento foi recíproco. Logo nas semanas seguintes, estreitamos nossa relação e ele se ofereceu para nos empresariar. Foi aí que começamos nosso movimento de migração para Porto Alegre”.

1º Festival POA Autoral

Promovido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre em parceria com a PUCRS Cultura, o festival reuniu artistas e grupos autorais da capital gaúcha em uma celebração da música independente. Além das apresentações musicais, o evento contou com bate-papos com agentes culturais da cidade, fortalecendo o intercâmbio entre criadores e profissionais da cena local.

Dividindo o palco com Batuca na Bituca, também se apresentaram Clarissa Ferreira, Elias Barboza, Léo Monassa, Pedro Cassel e Síganus. O público pôde participar da escolha da música vencedora por meio de votação ao vivo.

Do rock ao baião

Formada por Julia Tavares, voz, Lucas Nunes, guitarra, Lucas Almeida, guitarra, Poejo, baixo, e Gustavo Lima, na bateria, a Batuca na Bituca estreou em 2017 com o EP ‘Acalanto para o Mundo Moderno‘ e ganhou destaque com o single ‘Mormaço de Outubro‘ em 2018. Em 2024, lançou os singles ‘Todos os Milagres que Fiz Nascer‘, ‘Samba da Euforia‘ e ‘Laranjeiras‘, que integram o primeiro álbum de estúdio, ‘Batuca na Bituca‘, lançado em fevereiro de 2025. O trabalho mescla influências do rock clássico com ritmos brasileiros como samba, xote e baião. A banda já foi em alguns festivais de música do Rio Grande do Sul, como o II Festival Itinerante da Música Brasileira, com a faixa ‘Fisga de Anzol’, e o 19º Festival Alegretense da Canção, com a faixa ‘Fantasia de Fevereiro’.