
A Metsul Meteorologia divulgou, na tarde desta sexta-feira (7), através de sua meteorologista Estael Sias, que o modelo meteorológico norte-americano GFS está projetando sucessivas temperaturas de até 47ºC na região da grande Porto Alegre e máximas podendo chegar próximas de 50ºC no Rio Grande do Sul, Argentina e no Uruguai no final da próxima semana. Segundo Estael, seria o maior calor de todos os tempos, com valores que ultrapassariam recordes de temperatura máxima que perduram por mais de um século.
Já a meteorologista diz que é preciso entender que é somente um modelo meteorológico. “São projeções feitas por supercomputadores que processam bilhões de cálculos a partir de equações matemáticas que são realizadas a cada número determinado de horas a partir de observações meteorológicas do mundo inteiro, de satélites, estações de superfície e da atmosfera por sondagens realizadas por balões meteorológicos[…] Modelo, assim, é ferramenta de previsão do tempo, dado bruto, e não previsão do tempo final feita por meteorologista”, detalha Estael.
Segundo a Metsul, estas temperaturas têm aparecido em consultas realizadas em vários sites e aplicativos que oferecem previsão do tempo gerada automaticamente por computador a partir de um ou mais modelos, sem intervenção de meteorologista, inclusive no prognóstico para dez dias automático por municípios.
“Este modelo (GFS), que vem projetando temperatura extraordinariamente alta para a metade do mês, é a sigla de Global Forecasting System e operado pela NOAA, a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, agência de previsão do tempo e do clima do governo dos Estados Unidos. Há muitos modelos meteorológicos e que apresentam resultados distintos. Por isso, quando fazemos uma previsão do tempo, não consideramos apenas um modelo em particular, mas todo um conjunto de dados”, afirma a Metsul.
A geradora das informações meteorológicas destaca, ainda, que projeções de modelos para sete a dez dias no verão são menos confiáveis que no inverno, uma vez que a atmosfera mais quente e instável favorece mudanças mais frequentes e radicais de prognósticos. Já nas estações mais frias, as tendências de sete a dez dias costumam apresentar uma maior regularidade e menos alterações. Com isso, o que hoje, 7 de janeiro, o modelo indica para o dia 15 de janeiro pode ser radicalmente diferente do que o mesmíssimo modelo indicará para o mesmo dia 15 em 13 ou 14 de janeiro.
O que o modelo GFS tem projetado?
Rodada após rodada tem indicado calor em patamares que são absurdamente altos e além do que poderia ser concebível para áreas como a do Rio Grande do Sul. Vem apontado máximas tão altas quanto perto de 50ºC e de até 47ºC para Porto Alegre.
Valendo-se apenas de um ponto da grade, no caso a capital gaúcha, o modelo GFS indicou na sua saída das 12h de ontem para Porto Alegre máximas de 41ºC no dia 12; 39ºC no dia 13; 44ºC no dia 14 e 46ºC no dia 15. Na saída das 18h de ontem, o GFS projetou para a cidade 42ºC no dia 12; 37ºC no dia 13; 39ºC no dia 14 e 42ºC no dia 15. Na rodada da 0h de hoje, o mesmo modelo apontou para Porto Alegre 39ºC no dia 12; 42ºC no dia 13; 45ºC no dia 14 e 46ºC no dia 15. Já na rodada das 6h de hoje, o GFS projetou 38ºC no dia 12; 37ºC no dia 13; 40ºC no dia 14, e 47ºC no dia 15.
Conforme destacado acima, pela Metsul Meteorologia, as projeções estão sujeitas a mudanças que podem ser grandes e o calor até “sumir” ou aumentar. O risco de calor extremo na metade do mês é real, mas os valores apresentados pelo modelo GFS, por hora, duvidosos.