
A investigação sobre o caso do homem de 36 anos preso em Taquara acusado de crimes de pedofilia e estupro de vulnerável tomou proporções ainda mais alarmantes com novas revelações da Polícia Civil. Considerado um dos maiores predadores sexuais já identificados no estado, o acusado, que está preso desde janeiro deste ano por armazenamento de pornografia infantil, agora tem seu quadro criminal ampliado com a confirmação de 127 vítimas – sendo que três delas sofreram abusos físicos, além da exploração virtual. Os detalhes divulgados pelo delegado Valeriano Garcia Neto, responsável pelas investigações, mostram um caso de extrema gravidade e complexidade que vem sendo desvendado pela Polícia Civil.
Nos dispositivos eletrônicos apreendidos com o acusado, os peritos encontraram um total de 758 pastas contendo arquivos de pornografia infantil, cada uma delas correspondendo a uma vítima diferente. Todas as pastas eram catalogadas pelo próprio suspeito. Além da exploração virtual, a polícia confirmou que pelo menos três adolescentes, todas com 13 anos de idade, foram vítimas de estupro físico. Essas jovens, que inicialmente haviam sido aliciadas online por meio de perfis falsos criados pelo agressor, acabaram sendo violentadas pessoalmente após sofrerem ameaças.
O modus operandi do criminoso seguia um padrão: ele se passava por meninas em redes sociais, criando perfis falsos para estabelecer uma relação de confiança com suas vítimas, geralmente crianças do sexo feminino entre 9 e 13 anos. Segundo a polícia, utilizando técnicas de engenharia social, ele convencia as meninas a enviarem a primeira foto íntima e, a partir daí, iniciava um ciclo de chantagem, ameaçando expor as imagens caso elas não continuassem fornecendo mais material. O nível de controle era tão grande que ele chegava a ditar instruções específicas sobre poses e ângulos das imagens que exigia das vítimas.
Diante da gravidade dos fatos, a Polícia Civil já encaminhou à Justiça 10 pedidos de prisão preventiva contra o acusado, dos quais dois já foram deferidos e cumpridos. O delegado Valeriano Garcia Neto reforçou o apelo para que famílias que tenham meninas que possam ter sido vítimas entrem em contato com a Delegacia de Taquara, garantindo que todas as informações serão tratadas com absoluto sigilo e que a identidade das vítimas será preservada em todo o processo.