Cultura e Lazer

Taquara, 133 anos: a história contada através do Panorama

Especial registra os principais fatos do município retratados pelo jornal.

De Taquara, o Jornal Panorama projeta seu trabalho para o Vale do Paranhana. Junto às emissoras de rádio que integram o Grupo Panorama (Rádio Taquara AM 1490 e FM 91), acompanhamos diversos passos de uma história que, nesta quarta-feira (17), completou 133 anos. Neste especial, recuperamos fatos marcantes da trajetória de Taquara, retratando seus feitos, apresentando suas demandas e incentivando projetos em prol da melhoria coletiva.

JÚLIO DE CASTILHOS: A RUA GRANDE

Recentemente, Taquara realizou mudanças no estacionamento da rua Júlio de Castilhos. Em 1992, Panorama publicou ampla matéria com um perfil da via conhecida como “Rua Grande”. “A Júlio de Castilhos perdeu um trecho (a atual Edmundo Saft), mas ganhou em prédios, luz, calçamento, movimento… Os muitos sinais de que o tempo não para”, destacou o jornal. Na matéria, Panorama pontuou que a Júlio se tornou a principal rua do município quando este não passava de uma vila, vindo a servir de base para o desenvolvimento de Taquara. “Desde os primeiros anos da colonização das terras pertencentes a Tristão Monteiro, os mais importantes estabelecimentos comerciais, igrejas e casas de famílias ricas eram construídas na Júlio”, destacou o jornal. Além disso, Panorama ressaltou o papel de centro comercial de Taquara. “A primeira casa comercial foi aberta por Guilherme Lahm, apenas três anos após a chegada do fundador do município, Tristão Monteiro, por volta de 1847”, contou o jornal, com base em depoimento do historiador Adelmo Trott, ainda vivo na época de publicação da matéria. Até hoje, aliás, a Júlio é o principal centro comercial de Taquara e o ponto pulsante dos movimentos populares, sediando evento como desfile cívico e várias caminhadas que pedem a atenção dos taquarenses para diversas demandas da comunidade.

A BELEZA TAQUARENSE NO GAROTA VERÃO

Por duas vezes, a beleza da mulher taquarense encantou o Rio Grande do Sul. Nas duas ocasiões, Panorama noticiou com destaque a vitória das candidatas de Taquara. Em 13 de março de 1992, foi a vez de Andréa Alexandra Zimmer Lauck figurar na capa do jornal, com o título conquistado em Capão da Canoa, quando ela venceu 118 finalistas de todo o estado. Já em 2014, Marina Streit foi a vitoriosa do mesmo concurso, promovido pela RBSTV, desbancando 39 finalistas no município do litoral norte.

BUSQUE SAÚDE: PARQUE DA ÁGUA MINERAL

As praças Marechal Deodoro e da Bandeira são sempre lembradas como exemplos do baixo número de espaços deste tipo oferecido para lazer em Taquara. Contudo, no bairro Empresa, existe a Praça da Bica, hoje um local com uma série de problemas, demonstrando a conservação precária dos logradouros públicos do município. Em 1991, Panorama noticiou a inauguração da Praça da Bica, com a matéria intitulada “Busque saúde: foi inaugurado o Parque da Água Mineral”. O texto mostrou a preocupação da administração da época, então comandada pelo prefeito Nereu Wilhelms, em recuperar o parque. “A crença quanto às propriedades medicinais da água mineral do bairro Empresa é referendada por várias pessoas que já há algum tempo vêm tendo o costume de bebê-la diariamente ou periodicamente”.

TAQUARA PERDE ÓRGÃOS ESTADUAIS

Por vários anos, Taquara sediou diversos órgãos estaduais, sendo um polo na concentração de serviços públicos. Contudo, ao longo dos últimos anos, alguns destes órgãos foram retirando suas sedes de Taquara, mudando-se para outros municípios. Uma das decisões que mais repercutiram, até hoje, foi tomada em 1991, com o fechamento da Delegacia de Educação de Taquara. Na época, o assunto foi um dos destaques do Panorama, avaliado pela então delegada Délcia Livi da Cruz como um retrocesso para a região que poderia ter sido evitado com mais mobilização. Taquara também perdeu o Comando Regional da Brigada Militar e a Delegacia Regional da Polícia Civil, entre diversos outros organismos. Uma das últimas baixas em órgãos estaduais noticiada por Panorama aconteceu em 2013, com a confirmação da transferência da Coordenadoria de Obras para Canoas.

CTG O FOGÃO GAÚCHO: O SEGUNDO DO RS

Taquara tem fortes raízes com o tradicionalismo. E isso é representado pela história do CTG O Fogão Gaúcho, fundado em 7 de agosto de 1948. A entidade é o segundo CTG do Rio Grande do Sul e o primeiro fundado no interior do estado, só perdendo para o CTG 35, de Porto Alegre. Matéria publicada em 1998 por Panorama destacou o cinquentenário da entidade. O texto lembrou que a primeira patronagem teve como presidente (assim chamado na época) o promotor Olavo de Carvalho Freitas, enquanto o vice foi o pecuarista Alvício Moeller. Os demais cargos eram ocupados por Azeredo Fernandes do Amaral (segundo vice-presidente), Eloy de Oliveira (primeiro secretário), Ruy Viana Barbosa (segundo secretário), Antônio Aguiar (primeiro tesoureiro) e Roberto Missel (segundo tesoureiro).

SOCIEDADE 5 DE MAIO: 121 ANOS DE HISTÓRIA

Uma das entidades mais importantes da história de Taquara é, sem dúvida, a Sociedade 5 de Maio, que, em 2019, completa 121 anos de fundação. Em 1998, Panorama publicou, em duas edições, matérias especiais por ocasião do centenário do clube social. Registrou, por exemplo, que no dia 16 de outubro de 1898, empunhando um guarda-chuva e discursando para a pequena plateia que se arriscou a assistí-lo abaixo de mau tempo, o presidente Roberto Halmel lançou a pedra fundamental da sede da Sociedade. A atual sede, porém, começou a ser construída em 1929. “Andando a ritmo acelerado, a construção foi concluída em menos de quatro meses, custando aos cofres da Sociedade Rs. 172:640$000. A inauguração aconteceu na presidência de Alberto Kruse, em 5 de maio daquele ano”, anotou Panorama.

A FÉ QUE ERGUEU SEUS MONUMENTOS FRENTE À FRENTE

Talvez o ponto que mais chama a atenção na área central de Taquara seja a localização das duas igrejas, a católica e a evangélica. Situadas frente a frente, ambas são ponto para fotografias e, certamente, um dos locais turísticos de Taquara. Na edição de 6 de outubro de 2006, Panorama publicou artigo de autoria de Elaine Miriam Haag. Segundo a autora, a posição frontal “parece ser única no mundo”. Ela contou que Tristão Monteiro, colonizador do Vale do Paranhana, e sua segunda esposa, Christina Haubert Monteiro, doaram os dois terrenos para que fossem construídas ali as duas igrejas. Ele, por ser católico, ela por ser evangélica. A foto que acompanhou o artigo destaca que, do interior da igreja evangélica, é possível ter visão do templo católico, situação considerada única no mundo.

INAUGURAÇÃO DA IGREJA DO BAIRRO SANTA TERESINHA

Em 15 de outubro de 1993, Panorama anunciou a inauguração da Paróquia Santa Teresinha de Taquara, que pertence à Diocese de Novo Hamburgo. “A instalação da nova paróquia atende uma antiga reivindicação da população católica estabelecida naquela zona do município. Além da vila Santa Teresinha, ela também compreenderá os principais conglomerados habitacionais da área leste da cidade, desde a avenida Sebastião Amoretti, subindo pela rua Pinheiro Machado”, explicou Panorama. Na ocasião, o então bispo diocesano dom Boaventura Kloppenburg justificou a criação da paróquia pelo crescimento da população de Taquara, exigindo o desmembramento da igreja da vila da Paróquia Senhor Bom Jesus.

ABELHAS ENFURECIDAS ATACAM PERUS

Fatos curiosos também passaram pelas páginas do Panorama nestas quatro décadas de circulação, em especial aqueles acontecidos em Taquara, município-sede do jornal. Um deles foi publicado em 20 de março de 1992, com o título “Abelhas enfurecidas atacam sítio e matam quatro perus”. O texto relatou fato ocorrido durante aquela semana num pequeno sítio da rua Auto João Muratore. Um enxame de abelhas enraivecido provocou confusão e pânico, matando quatro perus e ferindo até mesmo o proprietário do local, Basílio Angeli, que sofreu mais de 100 picadas. “Conforme o próprio Basílio, que trabalha com abelhas há vários anos, tudo se deu porque um enxame de abelhas vindo de fora sentou muito perto do local que era utilizado por outro enxame. Segundo ele, as abelhas entraram em choque e se enfureceram, passando a investir contra tudo o que se movimentava nas redondezas”, explicou a matéria do jornal.

SPORT CLUBE TAQUARENSE: MAIS DE 100 ANOS DE HISTÓRIA

Outra entidade centenária de Taquara é o Sport Clube Taquarense, que comemorou os 100 anos de fundação em 2011, quando Panorama publicou especial de oito páginas. “Há mais de dez décadas atrás havia um campo que passou a ser usado para jogar futebol no centro de Taquara do Mundo Novo, alçada à categoria de cidade apenas três anos antes. Prática esportiva que com o passar dos anos cresceria vertiginosamente, quase se tornando uma religião, com imenso apelo popular no mundo todo. Grupos de amigos e jogadores achavam que aquele passatempo poderia se tornar algo mais sério. Foi quando, exatamente cem anos atrás, surgia o Sport Clube Taquarense. Era a hora e o lugar daquele campo virar a sede oficial do clube recém criado. Porém, somente em 1922 aquele local que podia ser avistado de vários pontos da cidade passou a ser efetivamente de propriedade do clube”, destacou Panorama. O principal título do clube foi o Campeonato Estadual de Amadores de 2002, quando o Taquarense estava com 90 anos de fundação. O título foi conquistado em Dois Irmãos, numa suada vitória obtida nos pênaltis, embaixo de chuva, contra o time do Vila Rosa.

MUSEU ARQUEOLÓGICO: PIONEIRO NO BRASIL

Hoje fechado à visitação Pública, o Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul (Marsul), situado na localidade de Quilômetro Quatro, já foi um dos orgulhos de Taquara. É o que atesta matéria publicada por Panorama em 3 de janeiro de 1976, quando o jornal mostrou o início da construção da sede, em matéria com o título “Museu Arqueológico: pioneiro no Brasil, é uma atração turística na América Latina”. Segundo o texto, a iniciativa de construção foi do governo estadual, Prefeitura de Taquara e o patrimônio arqueológico foi fruto de longos anos de pesquisas do arqueólogo taquarense Eurico Miller e sua equipe. Nos últimos anos, Panorama acompanhou a trajetória de derrocada do Marsul, com o seu fechamento à visitação. O jornal também noticiou os movimentos da comunidade para a sua retomada e a dificuldade que é a obtenção, junto ao governo do Estado, responsável pelo museu, dos recursos necessários para assegurar o seu funcionamento. Certamente, de um espaço pioneiro no Brasil, hoje o Marsul se constitui num dos desafios à sociedade de Taquara.

O ANTIGO HOSPITAL DE CARIDADE

Dono de três hospitais no passado, Taquara conta atualmente com o Hospital Bom Jesus. Os anos prodigiosos da saúde taquarense foram ressaltados várias vezes por Panorama, como nas matérias em que destacou o excelente currículo e capacitação dos médicos locais. Ou, em outro exemplo, de 17 de janeiro de 1976, quando Panorama publicou matéria de duas páginas com o título “Hospital de Caridade tem o melhor equipamento do interior”. O texto ressaltou todo o funcionamento da casa de saúde, bem como os seus planos de expansão da época, as instalações, o funcionamento de serviços como radiologia e UTI, entre outros. Em 2008, o antigo Caridade acabou saindo de cena, sendo interditado por decisão do Conselho Regional de Medicina (Cremers). Fundado em 1933, teve 75 anos de vida. Em 2009, o Caridade deu lugar ao Hospital Bom Jesus, até hoje em funcionamento. Os prédios do hospital pertencem, atualmente, à Prefeitura de Taquara, que primeiro terceirizou o gerenciamento ao Sistema de Saúde Mãe de Deus. Depois, assumiu o Instituto de Saúde e Educação Vida (Isev), afastado por ordem judicial. Atualmente, a gestão é provisória, a cargo da Associação Silvio Scopel.

BERÇÁRIO INDUSTRIAL? SINA QUE NÃO SE CONCRETIZA

A economia de Taquara tem como setor expoente o comércio. A falta de indústrias em solo taquarense é uma situação visível e apontada por várias lideranças como um entrave importante ao desenvolvimento econômico. Nos últimos anos, muito se discutiu sobre o desenvolvimento via criação de um distrito industrial ou de outros mecanismos. Em 2001, uma matéria do Panorama exemplificou esta dificuldade que ainda precisa ser superada pelo município. Com o título “Nasce no bairro Empresa o primeiro berçário industrial do município”, o texto relatava que o antigo prédio da Secretaria de Obras seria destinado à instalação de 15 micros e pequenas empresas. Contudo, hoje, o imóvel não sedia nenhuma indústria. Bem como, todos os projetos de distrito industrial lançados acabaram não saindo do papel. O futuro de Taquara depende, sem dúvida, de um olhar atento a este debate sobre o desenvolvimento econômico por meio da atração de indústrias.

VICE-PRESIDENTE TAQUARENSE

Até hoje, muitas pessoas não sabem que um vice-presidente da República foi natural de Taquara. O general Adalberto Pereira dos Santos, filho de Urbano Alves dos Santos e de Otília Pereira dos Santos, foi vice-presidente do Brasil no governo de Ernesto Geisel, entre 1974 e 1979, durante a ditadura militar. Em 30 de maio de 1976, Panorama noticiou a visita de Adalberto a Taquara. Segundo o texto, o vice-presidente inaugurou a estrada Taquara-Sapiranga, a Biblioteca Municipal, participou de homenagens ao fundador e ex-prefeito do município, Tristão Monteiro, foi homenageado pelo povo e concedeu audiências. “Foi feita uma visita ao Hospital de Caridade, onde o general Adalberto conheceu a Unidade de Tratamento Intensivo recentemente adquirida e elogiou os equipamentos de que dispõe aquela casa de saúde. Antes de partir, o vice-presidente deu o chute inicial na partida entre a Associação Taquara de Futebol e o Grêmio, cujo resultado foi 11 x 0 para os gremistas”.

NOVEMBERFEST: UM DOS GRANDES EVENTOS

“Uma alvorada festiva deverá despertar grande parte dos taquarenses no amanhecer da próxima terça-feira. Será o primeiro sinal do início da Novemberfest 2000, a grande festa regional do chope que movimentará a cidade até o próximo dia 26”. Assim Panorama anunciou, na edição de 10 de novembro de 2000, o início da primeira edição da Novemberfest, que se estendeu por 12 dias e esperava receber 200 mil visitantes. A visitação, aliás, ficou aquém das expectativas dos organizadores, mas o número foi promissor para uma primeira edição: 100 mil pessoas passaram pelo parque. No primeiro ano, Panorama noticiou o show de Sandy & Júnior como o maior já realizado em Taquara. Desde os anos 2000, é verdade, nenhuma apresentação maior foi registrada no município. Mas, a Novemberfest, hoje, não existe mais. A festa sofreu problemas de organização e acabou deixando de ser realizada em 2007, quando teve sua última edição.

FUSÃO ATIRADORES, 5 DE MAIO E TAQUARENSE

“A fusão das sociedades 5 de Maio, Atiradores e do Sport Clube Taquarense pode se tornar realidade ainda este ano. Tudo depende da decisão dos associados destas três entidades”, informou Panorama, em matéria divulgada em 1990. A ideia de fundir as três sociedades, segundo o então presidente da 5 de Maio, Nelson Pires (Prego), partiu de um pressuposto de que, naquela época, ambas se encontravam em situação não muito favorável. Passados todos estes anos, a fusão acabou não se concretizando, e muitas reviravoltas já aconteceram na vida das três entidades. A Sociedade 5 de Maio se mantém em funcionamento, enquanto a Atiradores não. O Taquarense carece de atividades em seu departamento de futebol, considerado caro pela diretoria.

TRISTÃO MONTEIRO: VIA DO PROGRESSO DE TAQUARA

“Tristão Monteiro: o progresso de Taquara trilhou este caminho”. Assim, Panorama publicou trabalho especial em 1990 sobre a via Tristão Monteiro. “A rua que leva o nome do colonizador de Taquara foi, no passado, um centro de convergência, onde tudo acontecia, porque lá estava localizada a estação férrea, fonte propulsora de grande desenvolvimento na época. Fundamentais no cenário da rua são os prédios antigos, retrato da pujança de uma época. Por seu clima histórico, ampla ocupação, intenso trânsito e grande extensão, a Tristão Monteiro disputa o brilho com a Júlio de Castilhos, cuja importância chegou a superar no passado, quando, com a Rua Grande, constituiu a espinha da cidade de Taquara”, contou Panorama na reportagem especial.

UMA NOVA ERA NO COMÉRCIO TAQUARENSE: VIENA SHOPPING

Em 7 de junho de 1996, Panorama noticiou com ênfase, numa matéria especial de três páginas, o funcionamento do primeiro shopping do Vale do Paranhana, inaugurado na rua Júlio de Castilhos, em Taquara. O texto informava que a obra consta de 2.100 metros de área construída, com 21 espaços comerciais, praça de alimentação, um cinema e uma estrutura de suporte. Atualmente, o Viena Shopping não é mais chamado com este nome, sendo intitulado Centro Comercial de Taquara. Além disso, o Cine Viena não funciona mais e o seu espaço foi vendido à Prefeitura de Taquara, ainda em 2010. A administração já quitou o imóvel, rebatizando o local de Centro Educacional Índio Brasileiro Cézar. O espaço é utilizado nos mais variados eventos da Prefeitura de Taquara.

SUCO DE FRUTA GELADO: FEBRE DO VERÃO EM 96

Ao longo de todos estes anos, Panorama sempre esteve atento às novidades que surgiram em Taquara, abrindo espaço em suas páginas para divulgá-las. Uma das febres aconteceu no verão de 1996, quando o jornal noticiou que o suco de fruta gelado, vendido às margens das rodovias, se tornou um sucesso no município. “Há pouco mais de um mês os taquarenses que saíram às ruas para as compras de Natal foram surpreendidos por um objeto estranho percorrendo as calçadas da cidade. Uma laranja gigante sobre rodas começou a ser vista constantemente nos pontos mais movimentados da cidade, distribuindo garrafas plásticas cheias do mais puro suco de fruta que já se viu na região”, anunciou Panorama. A iniciativa foi da Companhia do Suco, empresa responsável pelo comércio de bebidas, que funcionava na rua Anita Garibaldi. A ideia foi do empresário Geraldo José dos Santos, que formou a empresa junto com a sogra Nadir Teresinha Hack e suas duas filhas.

A MARATONA DO ESTACIONAMENTO ROTATIVO

No trânsito de Taquara, uma das principais maratonas enfrentadas pela Prefeitura foi a implantação do estacionamento rotativo na área central. Para se ter uma ideia, em 7 de dezembro de 1990 foi anunciado pela primeira vez o sistema. O jornal noticiava que a Câmara de Vereadores aprovou projeto de lei para a criação do rotativo, que objetivava dar maior comodidade no Centro. O sistema não funcionou efetivamente. Em 1997, Panorama voltou ao tema, anunciando nova implantação, conforme o divulgado pela Prefeitura. Mas o funcionamento do rotativo até os dias de hoje só aconteceu, efetivamente, em 2008, quando a administração municipal, então comandada pelo prefeito Cláudio Kaiser, fez uma licitação e implantou o serviço por meio de uma empresa que venceu concorrência. O contrato com esta empresa venceu em 2018, e a prefeitura ficou por vários meses sem o serviço. No final do ano passado, através de uma parceria com o Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro), o estacionamento rotativo voltou a ser cobrado em Taquara.

ANIVERSÁRIO DE TAQUARA NA DATA ERRADA

“Uma lei municipal promulgada em 2 de dezembro de 1977, pelo prefeito Tito Lívio Jaeger, na época em sua primeira administração, sanou um erro histórico nas comemorações do aniversário de Taquara. Até então, a data de emancipação era festejada no dia 27 de maio, instituído como feriado por uma lei municipal de 1971. Esta comemoração fazia referência ao dia 27 de maio de 1882, quando a antiga Taquara do Mundo Novo foi elevada à condição de freguesia (distrito) de Santa Cristina do Pinhal. A efetiva emancipação, entretanto, aconteceu em 17 de abril de 1886, quando o desembargador Henrique Ferreira de Lucena, então presidente da província do Rio Grande do Sul, baixou a lei número 1.586, elevando a freguesia de Taquara do Mundo Novo à condição de município”. Assim, Panorama informou a correção de um erro histórico, na edição de 17 de abril de 1997, há exatos 18 anos. O erro, lembrou o jornal, foi corrigido a partir de um texto publicado no Correio do Povo, que chamou a atenção da então vereadora Maria Arlete Jaeger, mãe do prefeito Tito Lívio. Depois de um amplo trabalho de pesquisa, a vereadora constatou o equívoco e resolveu agir pela sua reparação, ingressando com um projeto de lei na Câmara. Na época da reportagem, com 69 anos, Dona Arlete disse que se sentia gratificada em ter contribuído desta forma para a história de Taquara, sua terra natal. “Sinto que fiz uma coisa boa pela minha cidade”, avaliou. Arlete Jaeger morreu em 2008.

BIBLIOTECA AMIGOS DO LIVRO

“Ainda com as mãos e roupas sujas de tinta, quando volta do trabalho para casa, o pintor Roberto Carlos Sampaio Guedes faz o que, para a maioria das pessoas, seria uma incomodação, mas que, para ele, é algo prazeroso. Pacientemente, bate na porta de algumas residências e solicita a devolução dos livros que havia emprestado dias antes. Enquanto isso, no bagageiro da bicicleta, outros exemplares vão sendo transportados, para enriquecer a biblioteca particular do condutor, que já juntou mais de quatro mil títulos”. Assim, a história de Beto Sampaio foi contada por Panorama, em 14 de maio de 2004, numa das primeiras matérias da imprensa sobre a história do pintor que encheu Taquara de orgulho. A biblioteca Amigos do Livro foi tema de reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, e também rendeu a Beto o prêmio Fato Literário 2006, uma das maiores distinções do Rio Grande do Sul na área cultural. O sonho de construir um prédio para a biblioteca ganhou o apoio da comunidade e foi concretizado em 2006, com a inauguração do imóvel, que abrigaria o acervo maior de Beto, desde a primeira matéria do Panorama: já eram 15 mil livros. Até hoje, a biblioteca é o ponto de encontro de muitas crianças no bairro Empresa, seguindo a tarefa de distribuir cultura e educação pela localidade.

RECONHECIDA A FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO

Em 2014, no especial de aniversário de Taquara, Panorama resgatou o conceito de polo educacional do município. Conceito que, sem dúvida, é reforçado pela importância das Faculdades Integradas de Taquara (Faccat). O primeiro passo para a criação da instituição foi noticiado na edição de 13 de agosto de 1977. Na ocasião, com o título “Reconhecida a Faculdade de Administração”, Panorama noticiou, em manchete de capa, um parecer do Conselho Federal de Educação que declarou cumpridas as exigências para a instalação da Faculdade Encosta Inferior do Nordeste. Ao longo dos anos, a Faccat sempre foi importante parceira do Panorama, encontrando no jornal o espaço para divulgação de todas as suas iniciativas e conquistas, como a abertura de novos cursos, a construção do campus, entre outras.

A INVASÃO DOS DISCOS VOADORES

Dentro das matérias curiosas publicadas ao longo dos anos, certamente uma delas foi registrada na capa da edição de 24 de dezembro de 1977. “Na noite de 5 de dezembro, uma segunda-feira, autêntica visão de discos voadores aconteceu em Taquara e pelo menos mais dez cidades e vilas das imediações. Misteriosos fachos de luz no céu, tochas voadoras, esferas refulgantes espargindo luzes, ou formas ovóides, sempre lançando focos de luz para baixo, em direção aos vegetais ou às pessoas, foram constatados. São tantos os testemunhos que seria uma temeridade duvidar”, diz o texto do Panorama, que contou com cobertura feita por Reinaldo Ribeiro e Olavo Wagner. Segundo os relatos, os discos voadores teriam queimado as plantas.

CIRANDA MUSICAL TEUTO RIOGRANDENSE

À frente de várias edições da Ciranda Musical Teuto Riograndense, o professor Delmar Backes, diretor das Faculdades Integradas de Taquara (Faccat), diz que o festival foi o principal evento cultural taquarense. Da Ciranda, saíram nomes como Leonardo, entre outros. Panorama sempre dedicou extensa cobertura à programação da Ciranda, incentivando as atividades, junto com a Rádio Taquara. O comunicador Luis Carlos Masutti lembra as transmissões da festa e a publicação de cadernos especiais no Panorama, inclusive contendo as letras das músicas, que eram levados pelo público para o festival. Segundo Masutti, seu conhecimento da Ciranda oportunizou alguns feitos, como antecipar resultados. Até hoje, a Rádio Taquara enaltece a Ciranda Musical, com o quadro Momento Ciranda, que vai ao ar dentro do programa O Melhor do Regional e Sertanejo, apresentado por Cléber Bender de segunda a sexta-feira, das 5 às 7 horas. Na foto, a capa do Panorama em 22 de setembro de 1978, dedicada à programação do festival, com a rainha e princesas da terceira edição da Ciranda.

O CENTENÁRIO DE TAQUARA

Em abril de 1986, o mês foi dedicado às comemorações do centenário de Taquara. Panorama acompanhou com entusiasmo as atividades, dedicando dezenas de matérias nas edições daquele mês e publicando um jornal especial no dia 26 de abril. O prefeito da época era Antônio Carlos Ebling, que comandou as atividades, iniciadas no dia 1º de abril, com abertura oficial na Praça Marechal Deodoro. Houve feira do centenário, com o comércio local, e o 1º Festo Outonal Taquarense, na língua alemã. Também aconteceu Festival de Coros, entre outras programações.,

PRÉDIO DA ACIT TOMBADO PELO ESTADO

As discussões sobre o patrimônio histórico de Taquara sempre geraram fortes reações no município, principalmente nos últimos anos. É verdade, porém, que Taquara tem um rico patrimônio cultural a ser preservado em seus imóveis antigos. Contudo, até hoje, o único prédio oficialmente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) é o que sedia a Câmara da Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária do Vale do Paranhana (Cics-VP). Quando foi anunciado o tombamento, em 1986, a entidade ainda se chamava Associação Comercial e Industrial de Taquara (Acit). Na ocasião, foi noticiada a portaria número 40 da Secretaria da Educação e Cultura do Estado, assinada pelo titular da pasta Luís Antônio de Assis Brasil. A então Associação das Indústrias de Calçados de Taquara se solidarizou com a direção da Acit, dizendo que não concordava com o tombamento e pedindo que o secretário de Cultura tornasse nula a portaria. Contudo, o documento segue em vigor até hoje e o prédio da Cics-VP é o único que possui tombamento oficial em Taquara. Intervenções nele, portanto, somente com aprovação prévia do Iphae.

A PREOCUPAÇÃO COM O LIXÃO

Uma das cenas urbanas mais impactantes do desrespeito com a natureza, em Taquara, sempre foi o lixão existente no bairro Empresa. Panorama noticiou com cuidado a questão, sempre cobrando solução das autoridades competentes. Em 5 de fevereiro de 1993 veio a decisão que mudou a situação do lixão, embora esta própria atitude tenha sofrido vários revezes ao longo dos anos. “A administração municipal de Taquara encontrou uma solução para o problema da localização do depósito de lixo da cidade. O anúncio foi feito esta semana pelo secretário de Produção e Meio Ambiente, Luiz Augusto Müller. Ele explicou que a Prefeitura irá instalar uma usina de triagem e compostagem na localidade de Moquém, distante dez quilômetros da cidade, próximo ao asfalto da RS-239, na divisa de Taquara com Rolante”. A Usina foi inaugurada vários anos depois de anunciada, parou de funcionar e foi retomada em 2012, estando em funcionamento até os dias de hoje. A recuperação de áreas degradadas no bairro Empresa, porém, continua sendo um desafio às autoridades até os dias de hoje.

Pesquisa publicada em edição impressa de 2015, com levantamento junto ao acervo feito por Cristiano Vargas, Guilherme Augusto, Marcio Renck e Vinicius Linden (também responsável pela edição de textos).