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Vereadores de Taquara pedem melhorias no atendimento do Hospital Bom Jesus

Encontro promovido pela Frente Parlamentar da Saúde tratou de críticas da comunidade, aumento da demanda e necessidade de mais diálogo entre os órgãos de saúde
Fotos: Divulgação

Em reunião realizada nesta terça-feira (29), na Câmara Municipal de Taquara, vereadores, representantes da Secretaria Municipal de Saúde e a direção do Hospital Bom Jesus discutiram os desafios e as queixas envolvendo o atendimento prestado pela unidade de saúde. O encontro, promovido pela Frente Parlamentar da Saúde, teve como objetivo buscar esclarecimentos sobre a qualidade do acolhimento aos pacientes, a sobrecarga da instituição e a articulação com a rede pública de saúde do município.

Durante a sessão, os vereadores relataram diversas reclamações recebidas da população, incluindo relatos de demora no atendimento, especialmente durante a madrugada, e críticas quanto ao acolhimento inicial na recepção. Casos concretos foram mencionados, como o de uma idosa que permaneceu sentada por horas à espera de atendimento e outro de uma paciente idosa que aguardou mais de uma hora pela triagem após uma queda com suspeita de traumatismo.

Um dos principais pontos debatidos foi o impacto do encerramento do funcionamento do Complexo de Saúde no período da meia-noite às 7h, ocorrido em novembro do ano passado. A mudança teria aumentado a procura por atendimento no hospital, segundo os parlamentares. A diretora do Hospital Bom Jesus, Marisete Dal’Molin, confirmou o crescimento da demanda, especialmente no consumo de medicamentos e na complexidade dos atendimentos realizados no período noturno. No entanto, ressaltou que não é possível mensurar com precisão o número exato de pacientes adicionais recebidos após o encerramento do serviço noturno no complexo.

Marisete Dal’Molin também defendeu a atuação da equipe e apontou que o hospital realiza cerca de 1.800 atendimentos mensais na emergência, número próximo ao teto contratualizado com a prefeitura, que é de até 2.000. A diretora destacou que o atendimento é feito exclusivamente pelo SUS e que o hospital não possui dívidas nem atraso com fornecedores e funcionários.

Representantes da Secretaria de Saúde, por sua vez, apresentaram dados que indicam uma variação pequena na média de atendimentos após o encerramento do serviço noturno do complexo, com crescimento inferior a uma pessoa por dia. A secretária Loreni Spirlandelli reforçou que o atendimento da atenção básica não é voltado para urgência e emergência, e que os atendimentos noturnos deveriam, preferencialmente, ocorrer no hospital.

Apesar de reconhecerem os avanços estruturais do hospital e o esforço da equipe gestora, os vereadores cobraram soluções práticas e maior comunicação entre as esferas responsáveis. Houve sugestões como a presença de um profissional específico para prestar acolhimento na recepção e reforço nos fluxos de encaminhamento entre postos de saúde e o hospital.

Outros temas abordados foram a retomada de serviços como pediatria e partos em Taquara, o déficit financeiro da unidade e a previsão de conclusão da nova ala hospitalar, que deve ampliar o espaço de atendimento.

Ao final da reunião, a Frente Parlamentar anunciou que enviará novos questionamentos formais à direção do hospital, com o objetivo de obter dados mais precisos sobre a demanda e garantir maior transparência sobre o contrato de serviços com o município. A expectativa dos vereadores é de que os debates resultem em medidas concretas para melhorar o atendimento à população, especialmente com a chegada do inverno, período em que tradicionalmente aumenta a procura por serviços de saúde.